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Entrevista | Fiel a Bolsonaro, Coronel Armando dá panorama do mandato e defende auditoria nas urnas

Por: Marcos Schettini
22/05/2022 17:43 - Atualizado em 22/05/2022 17:49
Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

Os 32 anos no Exército moldaram Luiz Armando Schroeder Reis com os traços de patriotismo, lealdade, honestidade, camaradagem, espírito de sacrifício e de cumprimento de missão, como ele mesmo resumiu ao definir seu legado nas Forças Armadas. Esses atributos deram ao Coronel Armando um mandato de deputado federal em 2018, quando foi eleito com 60 mil votos.

Observado como um fiel parlamentar em defesa de Jair Bolsonaro no Congresso Nacional, Cel. Armando concedeu entrevista exclusiva ao jornalista Marcos Schettini e narrou as atividades neste último ano de mandato, apontando resultados em favor do governo, atuando firmemente para aprovar as bandeiras do presidente da República.

Um dos catarinenses mais próximos ao Palácio do Planalto, o deputado federal do PL de Santa Catarina mantém uma rotina acelerada ao lado de militares e congressistas, articulando para aprovar e avançar temas de interesse de seus eleitores.

A pouco mais de 4 meses da eleição, nesta entrevista o deputado também fala sobre a necessidade de uma auditoria impressa das urnas eletrônicas, para que, de acordo com ele, possa haver maior credibilidade no resultado. Confira:


Marcos Schettini: O senhor é militar. As Forças Armadas não vão aceitar o resultado das urnas?

Coronel Armando: As Forças Armadas vão aceitar, sim, o resultado das urnas. O que precisamos é confiar na transparência do processo. Para mim, não basta ser convidado para ver o bolo pronto, é preciso participar de sua confecção, desde a separação dos ingredientes, do cozimento do bolo, até ficar pronto. Defendo que haja uma auditagem externa que verifique e participe de todas as etapas do processo eleitoral. Inclusive, essa auditoria pode ser realizada a pedido dos partidos políticos. Isso irá gerar tranquilidade no País e maior confiabilidade nas eleições.



Coronel Armando ao lado do General Heleno (ministro da Segurança Institucional) - Foto: Divulgação

Schettini: Por que Jair Bolsonaro ameaça a Democracia?

Cel. Armando: Eu não vejo assim. O presidente não ameaça a Democracia, pelo contrário, ele tem respeitado a Constituição Federal e tem apoio popular, isso assusta aqueles que querem comandar o País sem terem sido eleito. Os ministros do STF já tomaram mais de 130 decisões relativas às ações do Executivo, interferindo diretamente na eficiência do Poder Executivo. O mesmo ocorre com algumas ações do Legislativo. Isso quebra a harmonia e o equilíbrio dos poderes, contribuindo para criar essa sensação de “ameaça” quando Bolsonaro reage às interferências.

A imprensa deve ser imparcial e no Brasil a grande imprensa tem lado. Ela só divulga notícias das ações do governo e do Presidente com viés negativo e de forma parcial. Nunca questiona as ações dos ministros do STF e as implicações delas.

Hoje, a polícia está quase totalmente impedida de atuar no combate à criminalidade por decisões judiciais que protegem bandidos. O presidente Bolsonaro não pode baixar impostos, por exemplo, pois o STF interfere em quase tudo.

O STF hoje atua como um Procon ou juizado de pequenas causas dos partidos de esquerda e tem diminuído sua estatura devido às decisões monocráticas ou conjuntas dos ministros.


Schettini: Qual a sua observação sobre as urnas eletrônicas depois que todas as averiguações de lisura e inviolabilidade demonstradas?

Cel. Armando: Sobre a alegada segurança das urnas, as demonstrações de lisura e inviolabilidade têm sido garantidas por afirmações de ministros do STF e do TSE.

Não se admite questionamentos ou agregar meios externos de auditagem dos votos. As urnas no Brasil permanecem sem agregar outros meios de auditagem externa, é o mesmo processo desde 1996, enquanto que em outros países foram acoplados o voto impresso auditável ao processo.

As observações e sugestões das Forças Armadas para melhorar a transparência e segurança do processo foram desprezadas pelo TSE, como se não houvesse interesse em ter mais segurança, baseando-se apenas nas opiniões de técnicos do TSE, repetidas pelos ministros, tomadas como verdade absoluta e inquestionável. Essa forma de garantia se assemelha a de produtos adquiridos em alguns países sul-americanos onde se utiliza a expressão "la garantia soy yo".

Isso para mim não é suficiente. Ao analisar o resultado das Eleições de 2018, verifica-se que no primeiro turno, o presidente Jair Bolsonaro teve 49 milhões de votos. Enquanto que Fernando Haddad, do PT, teve 31 milhões.

Já no segundo turno, com apenas os dois candidatos, Bolsonaro passou a 57,5 milhões de votos, crescendo em torno de 8,5 milhões. E Haddad passou para 47,5 milhões. O crescimento de Haddad foi o dobro do crescimento de Bolsonaro, no período de 07 a 28 de outubro, quando ocorreu a votação de 2° turno.

Estranho isso, pois a onda Bolsonaro aumentou, e muito, nesse período.

Além disso, o tempo de rádio e de TV de Bolsonaro passou de oito segundos para dez minutos, representando um crescimento de exposição 75 vezes maior e por duas vezes ao dia, enquanto que o tempo de Haddad passou de dois minutos e 23 segundos para dez minutos, um crescimento de apenas quatro vezes.

Outro detalhe é que com o tempo de rádio e de TV, Bolsonaro passou a chegar às regiões Norte e interior do Nordeste, especialmente em regiões onde não havia internet. Mesmo assim, os votos de Haddad foram o dobro dos votos de Bolsonaro, ao mesmo tempo em que as imagens de TV mostravam a corrupção do PT e a facada de Adélio em Bolsonaro, que influenciavam as pessoas.

A partir deste cenário, a conclusão é que o tempo de rádio e de TV não tiveram influência nas Eleições. Você concorda com isso? Bolsonaro venceu, mas o que garante que a contagem de votos foi correta?

É preciso ter outros meios de auditar o processo para segurança da Democracia no Brasil.


Schettini: O senhor acredita na Democracia? O que ela representa para o setor militar?

Cel. Armando: Sim, acredito na Democracia com a participação de representantes eleitos pela população. Contudo, ela só funciona com pessoas honestas.

Infelizmente, o histórico de corrupção no Brasil demonstra que aqui ela funciona de forma precária. Precisamos estar atentos e fiscalizar a atuação dos representantes dos poderes. No Brasil temos muitos políticos e representantes de poderes que respondem a processos que são julgados no STF, o que torna esses parlamentares submissos a esse órgão, deixando, assim, de exercer o controle das ações do Judiciário. Temos, também, o ativismo Judiciário em que membros desse poder exercem suas funções de forma ideológica.

O setor militar tem contribuído sobremaneira para a Democracia no Brasil. As Forças Armadas atuam sobre três pilares: a legalidade ao cumprir sua missão constitucional prevista no artigo 142 da Constituição Federal; na legitimidade que lhe são conferidas pela confiança depositada pela população, que é comprovada pelas pesquisas, estando sempre entre as instituições mais confiáveis; e por não serem fator de instabilidade na vida democrática do País, contribuindo para o desenvolvimento e a Segurança Nacional.



Deputado federal Coronel Armando ao lado do presidente Bolsonaro - Foto: Divulgação

Schettini: Por que um presidente que teve vários mandatos e foi eleito pelas urnas eletrônicas ataca sem provas a eficiência da eleição?

Cel. Armando: É preciso entender que o fato de participar de eleições e vencer nas urnas não quer dizer que as urnas não possam ter sido fraudadas.

O que garante a transparência do processo eleitoral é ela não ficar e ser controlado por ministros do TSE, que têm posições declaradamente contrárias às do presidente Jair Bolsonaro, como é o caso do ministro Barroso que, inclusive, disse ao sair um dia do Congresso Nacional, em vídeo gravado, que: “eleição não se ganha, se toma”.

O mesmo ministro, em congressos no exterior, declarou que o bem irá vencer o mal nas eleições, referindo-se ao presidente Bolsonaro como o mal e, ainda, elogia eleições realizadas em outros países que possuem voto em cédulas. Destaca-se que Barroso já gravou vídeo a favor do voto auditável, porém com o presidente Bolsonaro no poder, mudou de posição.

Para essas eleições presidenciais, os ministros trabalharam diretamente contra a inclusão de medidas que aumentem a segurança das eleições, como a inclusão do voto auditável com impressora acoplada. Por que apenas confiar no resultado sem poder auditar de forma independente?


Coronel Armando ao lado de Braga Netto (Casa Civil) e de militares de alta patente da Aeronáutica, Exército e Marinha - Foto: Divulgação

Schettini: Como o senhor avalia seu mandado como deputado federal?

Cel. Armando: Avalio como positivo, apesar de minha inexperiência na área política até então, exerci, por um ano e meio, a função de vice-líder do Governo na Câmara dos Deputados. Nesta posição, tive a possibilidade de conviver e participar de forma mais próxima de decisões importantes para o Brasil.

Por ser um parlamentar que traz os valores militares para o mandato, posso dizer que tudo que busquei alcançar para Santa Catarina e no Congresso, o fiz mantendo esses valores, o que contribuiu para que eu tivesse um excelente relacionamento com parlamentares de todos os partidos, sempre com respeito, apesar das diferenças de pensamento.


Schettini: O que o senhor fez de significativo em favor dos catarinenses?

Cel. Armando: Como deputado federal, trabalho todos os dias para representar nosso Estado, conhecer as demandas dos diversos municípios e buscar soluções para elas, seja em Brasília, junto aos Ministérios, ou atuando no Estado. Acredito que ao fazer isso, estou honrando os votos e a confiança da população catarinense que me escolheu para ser um de seus representantes no Congresso Nacional.



Armando quando militar da ativa do Exército Brasileiro, em atividade realizada no Norte do Brasil, em Oiapoque (AP) - Foto: Divulgação

Schettini: Qual é seu maior legado como um coronel das Forças Armadas?

Cel. Armando: Considero que o meu maior legado é a influência positiva que exerci na formação de jovens que passaram pelo Exército Brasileiro sob meu comando ao longo de 32 anos de serviço ativo. Nesse período procurei passar a quase 5 mil militares, que foram meus subordinados e trabalharam comigo, valores de patriotismo, lealdade, honestidade, camaradagem, espírito de sacrifício e de cumprimento de missão.


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